quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Auréolas Tortas

Um homem entrou no escritório do médico e disse:
-Doutor, tenho uma terrível dor-de-cabeça que nunca vai embora. O sr. poderia me receitar alguma coisa para ela?
-Sim -disse o médico,- mas quero checar algumas coisas antes. Diga, você bebe muita bebida alcoólica?
-Álcool? -disse o homem, idignado.- Nunca chego perto dessa porcaria.
-Fuma, então?
-Acho cigarro nojento. Nunca na minha vida provei um.
-Fico meio constrangido de perguntar isso, mas... sabe como alguns homens são... você vive pela noite?
-Claro que não! Quem o sr. acha que eu sou? Estou na cama toda noite antes das dez.
-Diga-me uma coisa-pediu o médico.- Essa sua dor-de-cabeça é de um tipo agudo e penetrante?
-Isso mesmo- disse-lhe: uma dor aguda e penetrante.
-Então é simples, meu caro. Seu problema é que a sua auréola está apertada demais. Só precisamos soltá-la um pouquinho.

O problema com nossos ideais é que, se vivermos de acordo com todos eles, nos tornamos pessoas com as quais é impossível se conviver.
A auréola torta do pecador salvo é vestida com folga e com graça flutuante.
O pecador salvo pela graça é assombrado pelo Calvário, pela cruz e especialmente pela pergunta: Por que ele morreu? Uma indicação vem do Evangelho de João 3:16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". A resposta está no amor.
Uma coisa nós sabemos- não somos capazes de entender o amor de Jesus Cristo. Ah! Nós vemos um filme e nos identificamos com aquilo que dois jovens suportam pelo amor romântico. Sabemos que, se necessário, se amássemos o bastante, colocaríamos a visa e a cautela de lado pela pessoa que amamos. Mas quando se trata do amor de Deus no corpo quebrantado e coberto de sangue de Jesus Cristo, ficamos inquietos e começamos a falar de teologia, justiça divina, da ira de Deus e de heresia do universalismo.
O pecador salvo de auréola torta foi convertido da desconfiança para a confiança, alcançou uma pobreza interna de espírito, e vive o melhor que pode em rigorosa honestidade para consigo mesmo, com os outros e com Deus.
A pergunta colocada pelo evangelho da graça é apenas esta:
quem nos separará do amor de Cristo? Do que você tem medo?
Você tem medo que sua fraqueza possa separá-lo do amor de Cristo? Ela não pode.
Medo que suas inadequações possam separá-lo do amor de Cristo? Elas não podem.
Erros, medos, incertezas? Não podem.
Você deve estar convencido disso, deve confiar nisso e não deve jamais esquecer de lembrar disso. Todo o restante passa, mas o amor de Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente. A fé se tornará visão, a esperança se tornará possessão, mas o amor de Jesus Cristo, que é mais forte do que a morte, permanece para sempre. No final, é a única coisa à qual você pode se apegar.

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